Sinta-se em casa!


10 de maio de 2010

E bullying é novidade aonde mesmo?

Eu ia escrever sobre algo totalmente diferente nesse post, mas a capa da Zero Hora me ganhou nesse final de semana. Uma matéria sobre bullying. Dizem que o assunto vem sendo tratado com mais cuidado devido ao aumento na intensidade e na gravidade dos casos ocorridos. Será?

Quem aqui nunca sofreu ou praticou algum tipo de bullying (bullying universitário, cyber bullying, bullying adulto, etc) que atire a primeira pedra. O nome pode até ser novo , mas bullying existe desde as pessoas existem e convivem. Não é novidade que as crianças são cruéis. Todo mundo estranha o diferente e quando saímos de casa, onde o contato com outras pessoas é pequeno, tudo é diferente Não vou entrar no mérito do “temos medo do diferente” porque acho que não vem ao caso, as crianças não tem medo do gordinho nem do orelhudo, elas acham estranho. E aqui, na maioria das vezes, elas são postas em uma situação muito difícil. Crianças sabem que isso magoa e que não é certo atormentar os coleguinhas bizarros diferentes, mas elas também sabem que bullying é uma maneira muito eficaz de se firmar no grupinho, além do mais enquanto eles estiverem tornando a vida do narigudo um inferno as chances de notarem que eu também sou diferente são menores. Porque todo mundo é diferente em algum ponto é questão de descobrir qual.

Viver não é fácil senhores, essa é a realidade e quanto mais cedo aceitarmos, melhor pra nós. Sentem o cheiro de trauma infantil nesse texto? Claro que eu já sofri com isso no colégio, eu sempre fui a “saracura” a “palito” e nem vou começar a falar como sofre uma criança com nome que menores de 10 anos acham super engraçado. Hoje, superada a situação eu até dou risada das situações que eu passei. Mas os comentários com piadas sobre o meu nome/peso serão deletados, ok?

Complicado é que a maioria tende a repetir o que sofre quando se livra das gozações. Daí talvez o bullying universitário, a vingança de quem sofreu no ensino médio e fundamental e agora é uma pessoa totalmente dentro dos padrões. Quando a gente sai do colégio, por algum motivo acha que tem uma nova chance na faculdade e talvez até seja verdade mesmo.

A verdade é que a grande maioria das crianças que sofriam bullying no colégio vai muito bem obrigada. Seguem suas vidas normalmente, conseguiram superar seus traumas (com a ajuda das pessoas que ousaram ser seus amigos e/ou de seus pais e terapeutas) e nem pensam muito nas “brincadeiras” de outros tempos. São pessoas normais, os que fizeram e os que sofreram, com algumas exceções. Fico irritada com essa coisa que tentam fazer a gente engolir de que os agredidos hoje são ricos e bem sucedidos e os agressores são fracassados perdidos na vida. Se bem que quando se é excluído deve sobrar tempo pra pensar em coisas produtivas.

A lista de celebridades que sofreu com isso na infância e adolescência é enorme e acho que elas até tem um papel importante a medida que quem passa por isso consegue ver que há salvação. Fato é que quando até o Taylor Lautner e Michelle Pfeiffer são vitimas do bullying não sobra muito pra nós.

Por Luna Rodrigues

9 comentários:

  1. Tu é magra e teu nome é engraçado! Haaaa

    Assinado fantasma do blog. Roger. Fantasma do blog.

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  2. Vítimas ou algozes?
    Depende, podemos ser os algozes de outro nos fazendo de vítimas... há quem caia na velha esparrela de ficar com pena e fazer o que a "vítima" quer, pois, coitadinho, todo mundo implica com o pobre patinho feioso. Já diziam por aí: "quem tem pena é galinha". A pior ditadura é a da vítima, chorosa pelos cantos, fazendo o gênero "ninguém me ama, ninguém me quer". Essas pessoas são mais manipuladoras do que aquelas que provocam o bullying, gozando da cara do narigudo.
    Vítimas ou algozes? Somos e sempre seremos em algum momento da vida, basta apenas termos a noção exata de que estamos o sendo e não abusarmos da boa vontade alheia. Na vida, seja no campo acadêmico, profissional ou social, vamos nos deparar com pessoas que provocam e aceitam o bullying. O negócio é ficar esperto.

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  3. Eu sofri bullying, e acho que meu nome deveria estar ali no último parágrafo, entre as celebridades que deram certo! Hauheuaea. Eu tinha vários amigos no colégio, mas era em casa que eu não tinha descanso! A minha irmã tava sempre de sacanagem pra cima de mim, envolvendo as amiguinhas mais velhas dela em planos malignos pra me enrolar ou me explorar ou simplesmente rir da minha cara :\

    Tipo a vez que ela fez eu comer todo o meu doce de leite numa engolida, só pra ela ficar esfregando na minha cara que ela ainda tinha o dela :\

    Mas eu superei esse e outros eventos mega traumáticos e to aqui, ó... Um sucesso.
    Haheuaeh

    Beeijo

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  4. Adorei! A parte do (B)bizarro foi boa! hahahaha
    Eu, graças a Deus, não lembro de ter sofrido bullying um dia sequer na vida. Aquela chacota constante, humilhante, nunca. Já incomodei e já fui incomodada. Mas nada tão intenso como as histórias que comentamos hoje de tarde...
    Acho que antes de sair apontando um bullying em qualquer esquina, é preciso perceber o grau de maldade. A intensidade. É essa a grande diferença.

    Porque como eu, que nunca me senti como o guri do Altas Horas, já posso ter um dia praticado o bullying e sofrido o mesmo. No meu ponto de vista, foi besteira que passou. Nada tão sério.
    É preciso ter consciência do que faz, da intensidade com a qual faz, da continuidade na prática e, fundamentalmente, se aquilo gera alguma reação na vida do "bullyinado".

    Quem age por maldade, não deve ter a dimensão do problema que pode trazer no FUTURO de outra pessoa.

    Mas pra finalizar, eu digo que todo mundo que eu conheci, que DESCARADAMENTE sofreu bullying, vive muito bem. Sério. Todo mundo supera. São fases. Todos são muito bem sucedidos nos seus cursos de faculdade e tem amigos.
    E isso é um sinal de que o nosso amigo oriental, não vai necessariamente matar a turma (#ummeianove) com uma submetralhadora :)

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  5. Primeira vez que eu comento aqui, mas já li as outras postagens e, assim como essa, estão excelentes (especialmente a primeira)!

    Em relação a esse assunto, já comentei contigo que a superação do bullying é proporcional à gravidade da agressão sofrida. Até porque o termo "superar" implica em esquecer permanentemente, o que somente pouquíssimas pessoas conseguem. O certo seria dizer que "se arrasta pro lado" as lembranças da experiência, mas basta se deparar com a situação novamente que a memória sempre volta. E olha que um tema tão importante e carecedor de debate não ganhava essa relevância há algum tempo atrás.

    E em breve, bullying vai estar tão na moda quanto a depressão: qualquer empurrãozinho já vai virar motivo pra trauma. Eu era vítima disso, e posso afirmar que não existe essa de "é besteira de criança" ou "coisa da idade". Se é besteira de criança, não é bullying. Quem diz é porque nunca sofreu a prática. O lado bom disso é que serve como uma experiência importantíssima pro desenvolvimento da pessoa, tanto pela vivência quanto pela maturidade que é exigida da pessoa que sofre.

    Depois, quando dá Columbine e Virginia Tech na capa do jornal, a gente escuta o velho clichê do "nerd Nazi-freak"...

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  6. Eu não acho que superar seja esquecer completamente, pelo contrário: esquecer completamente é bloquear, negar. Bloqueio ou falta de memória não tem nada a ver com superação. Superar é aceitar e trabalhar aquele sentimento, e depois absorver o que de positivo a situação pode te trazer. A gente supera um namoro findo, nunca esquece, por exemplo.

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  7. Esquecer é uma coisa, negar é outra. O termo "superar" implica uma espécie de esquecimento (ou pelo menos a tentativa disso), pois pra que se possa vencer ou "passar por cima" de algum fato, assim dizendo, é preciso tirá-lo da cabeça, nem que seja temporariamente. Nunca vi ou ouvi falar de alguém que tenha sofrido bullying e tenha efetivamente RIDO da experiência em si (bem como a Luna frisou: até rimos, mas comentários serão deletados! hehehe). Além do que a superação, no sentido do texto, significa vencer ou se reerguer de um trauma ou de uma experiência ruim, e por isso não tem comparação com o término de um namoro nesse sentido geral, a meu ver.
    Acho que a questão toda se relaciona com o fato do sujeito ter sofrido essa prática e não conseguir "superar" (sim, nesse sentido de "viver livre dos fantasmas") nunca mais - o que acontece na maioria das vezes - e a maneira como cada um lida com essas lembranças. Alguns passam a vida tentando esquecer, outros entram em colégios e matam 30 com submetralhadoras (como disse a thais aí em cima).

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  8. Adoro debate no meu blog! huihiuhiuhihui

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  9. nossa ele e muito lindo muito lindo

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